Ilustração para crónica. 2015
Venham, oh mães, que aqui se canta a história de uma noite, meio-dia e algumas horas, e assistam de pé aos cantos dos vossos filhos que agora já não cantam. Venham, oh mães, com as vossas vozes nocturnas chorar os filhos, os antigos e os novos de cujos corpos o rio da vida fugiu, como o antigo rio que nos alimentava e cedeu ao deserto, venham, oh mães, porque por aqui passou a loucura com bandeiras de fogo e vento e nada é igual ao tempo. Chamei-vos para que a palavra repetida, a que cura e veste, não pare mais e consiga rasgar este silêncio que agora desceu sobre as nossas vidas como uma pedra, uma única pedra que rompeu o nosso sonho e de seguida a vida de todos aqueles que, no mercado, ainda buscavam o peixe.. www.redeangola.info