“Agora é Sérgio Santimano a ir buscar mais autoconhecimento através das suas raízes familiares, ir ao encontro de outros olhares fascinantes em Goa, um Estado da Índia que foi uma antiga colónia portuguesa. É, efectivamente, aqui que nos podemos situar no seu Legado. Moçambique e Goa têm séculos de contacto. Durante mais de 300 anos, o Moçambique-colónia, foi governado a partir de Pangim, agora Panagi. Por via disso, funcionários e famílias goesas se instalaram em terras moçambicanas, aculturando-se e balhando mais tarde pela nossa própria Independência. É, igualmente, evidente que ao longo deste tempo não se perderam os laços históricos e sócio-culturais com aquela terra-mãe Indiana.” Calane da Silva
“De uma maneira distinta, os ritmos da vida do dia a dia apresentam-se a Santimano como uma moldura temporal, não governada pela lógica linear do antes e do depois. Pimentos vermelhos secando ao sol, ou raparigas recolhendo água no rio, ou pescadores apanhando as suas redes, ou utensílios de cozinha à espera de serem usados: todos pertencem ao tempo de repetição necessária à sobrevivência de uma comunidade humana. Juntam o agora e o antes, uma e outra vez, de uma forma não diferente das ondas verdes de outra imagem que nos lembra a presença do oceano Índico, uma constante neste projeto.” Stefan Helgesson