Design de exposição para o Clepul, 2023. Fotografias de Daniel Mordzinski, Ozias Filho e arquivos pessoais. As ilustrações são minhas.
“Viva no tempo e no espanto: homenagem a Ana Paula Tavares” é, como o nome indica, uma celebração. Celebra-se a vida, a obra e a carreira académica da mulher, escritora, professora e investigadora Ana Paula Tavares. O que Vinícius de Moraes escreveu sobre o maestro Moacir Santos, à Ana Paula Tavares também se aplica: “não és um só, és tantos”. E como contar suas infinitas facetas e realizações neste espaço finito? Não se conta, e no fundo tudo é simples, como bem afirma o poema de Ritos de Passagem, seu primeiro livro. O que se escolheu contar (e toda escolha implica perdas) é um pouco do que realizou – como escritora, professora e investigadora – e um pouco do que viveu. Para uma exposição neste espaço académico, criada no âmbito do colóquio homónimo que a homenageia, coube contar seus livros publicados e traduzidos, os prémios que recebeu, os cargos que ocupou. Trata-se de uma pequena amostra, despretensiosa homenagem, pois sabe-se: não se condensa décadas de uma vida dedicada à história e a literatura, sobretudo à história e literatura do continente africano, em dez painéis, em algumas páginas. O que aqui não se conta é a humanidade inegociável de Ana Paula Tavares ao longo destas décadas. Seu doce e firme humanismo presente em tudo que faz. Porque no fundo tudo é simples, e tão simples quanto saber viver: no tempo e no espanto.
Da apresentação da exposição.